quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Praia de Carneiros / Recife
De Maceió até a Praia de Carneiros são apenas 80 milhas e aproveitando um vento bom e favorável acamos fazendo este trecho em 10 horas, uma média de 8 nós. Foi um trajeto muito tranquilo, com vento e mar a favor. Não entrou uma gota de água no barco, que vinha bem estável e rápido.
O mais difícil foi a entrada na Praia de Carneiros, onde tivemos que aguardar até a maré alta e a chegada de um prático para orientar-nos na entrada, já que seria quase impossível entrar naquele lugar sem a ajuda de pessoas do local. Éramos quatro veleiros que seguiam em fila indiana por entre recifes e bancos de areia, com ondas rebentando na passagem, num ziguezaguear paralelo à praia e às vezes com uma profundidade que mal dava para entrar; depois de uma hora e meia e bem no finalzinho da tarde acabamos chegando num luar paradisíaco como poucas vezes conheci, na entrada de um rio com coqueiros dos dois lados e poucas casas de pescadores. No outro dia fizemos uma caminhada de uns 10 km até o povoado mais próximo, Tamandaré. É uma cidadezinha que vive basicamente do turismo e tem alguns prédios remanescentes de outros tempos, como igrejas e um forte de 1690. Voltamos de táxi para o barco e no final da tarde ainda fizemos uma incursão de botinho pelo interior do rio Ariquindá, um extenso rio rodeado por manguezais e alguns raros pescadores nas margens de vez em quando.
Saímos de Carneiros dois dias depois no mesmo ritual de travessia, agora sem o prático. O Tuareg com o calado menor foi na frente fazendo a medição de profundidade e ajudados pelo GPS acabamos alcançando o mar e 40 milhas e poucas horas depois de uma bela velejada entramos no Cabanga Iate Clube. É deste clube que sai no próximo dia 25 a regata Recife/Fernando de Noronha. Enquanto isso vamos preparar o barco para a Refeno (www.refeno.com.br) pois ainda temos inúmeras tarefas para deixar tudo pronto para a largada.
O mais difícil foi a entrada na Praia de Carneiros, onde tivemos que aguardar até a maré alta e a chegada de um prático para orientar-nos na entrada, já que seria quase impossível entrar naquele lugar sem a ajuda de pessoas do local. Éramos quatro veleiros que seguiam em fila indiana por entre recifes e bancos de areia, com ondas rebentando na passagem, num ziguezaguear paralelo à praia e às vezes com uma profundidade que mal dava para entrar; depois de uma hora e meia e bem no finalzinho da tarde acabamos chegando num luar paradisíaco como poucas vezes conheci, na entrada de um rio com coqueiros dos dois lados e poucas casas de pescadores. No outro dia fizemos uma caminhada de uns 10 km até o povoado mais próximo, Tamandaré. É uma cidadezinha que vive basicamente do turismo e tem alguns prédios remanescentes de outros tempos, como igrejas e um forte de 1690. Voltamos de táxi para o barco e no final da tarde ainda fizemos uma incursão de botinho pelo interior do rio Ariquindá, um extenso rio rodeado por manguezais e alguns raros pescadores nas margens de vez em quando.
Saímos de Carneiros dois dias depois no mesmo ritual de travessia, agora sem o prático. O Tuareg com o calado menor foi na frente fazendo a medição de profundidade e ajudados pelo GPS acabamos alcançando o mar e 40 milhas e poucas horas depois de uma bela velejada entramos no Cabanga Iate Clube. É deste clube que sai no próximo dia 25 a regata Recife/Fernando de Noronha. Enquanto isso vamos preparar o barco para a Refeno (www.refeno.com.br) pois ainda temos inúmeras tarefas para deixar tudo pronto para a largada.
Contrastes em Maceió
Maceió é uma agradável cidade do Nordeste, pequena e com uma das mais lindas praias que é Pajuçara. Amplaa avenidas super arborizadas costeando a orla, caminhos para pedestres e para bicicletas, as famosas piscinas naturais onde os jangadeiros fazem passeios turísticos com um mar verde turquesa ao fundo, protegido por barreiras de recifes,fazem esta parte da capital de Alagoas um bonito cartão postal.
O grande problema de Maceió é na frente da Federação Alagoana de Vela e Motor,na praia de Jaraguá, onde todo o lixo que sai dos rios próximos à capital acaba depositando-se ali formando uma das coisas mais horrorosas que eu já tinha visto em algum lugar. Montanhas de lixo espalhadas pela praia que fica em frente de onde temos que descer. É repugnante pisar naquela massa disforme que antes era mar. Ao lado da Federação ainda existem duas favelas que não ajudam muito a melhorar as coisas, que ainda sofrem com todo tipo de doenças infecciosas e falta de saneamento. Os esgotos correm a céu aberto e muitas crianças brincam no meio de todo aquele lixão. O fedor é insuportável e todos que lá desembarcam ficam completamente estupefatos com aquela situação. Dizem que já há muitos anos os prefeitos prometem resolver aquela vergonha, mas entra ano e sai ano e continua tudo na mesma.
O grande problema de Maceió é na frente da Federação Alagoana de Vela e Motor,na praia de Jaraguá, onde todo o lixo que sai dos rios próximos à capital acaba depositando-se ali formando uma das coisas mais horrorosas que eu já tinha visto em algum lugar. Montanhas de lixo espalhadas pela praia que fica em frente de onde temos que descer. É repugnante pisar naquela massa disforme que antes era mar. Ao lado da Federação ainda existem duas favelas que não ajudam muito a melhorar as coisas, que ainda sofrem com todo tipo de doenças infecciosas e falta de saneamento. Os esgotos correm a céu aberto e muitas crianças brincam no meio de todo aquele lixão. O fedor é insuportável e todos que lá desembarcam ficam completamente estupefatos com aquela situação. Dizem que já há muitos anos os prefeitos prometem resolver aquela vergonha, mas entra ano e sai ano e continua tudo na mesma.
Uma velejada com começo complicado
Partimos de Salvador por volta das 3 da tarde, um dia cinzento e chuvoso. Logo na saída da Baía de Todos os Santos encontramos uma situação bastante caótica. Naquele trecho onde o Oceano Atlântico se afunila para entrar na baía o mar parecia em ebulição. Uma ondulação alta e curta, correntezas, um vento forte e muita chuva tornaram nossa saída uma confusão. Como tínhamos posto todas as velas para cima dentro da baía, tivemos que rapidamente reduzir panos para lograr um certo conforto. O barco estando completamente adernado, demos uma mão de rizo mas não adiantou nada, logo outra mão de rizo e recolhemos a genoa e só então o barco começou a navegar com um certo controle. As primeiras 15 horas foram bastante desconfortáveis, com os famosos pirajás caindo sobre nossas cabeças, além de um mar que balançava demais. As ondas estouravam no casco e com o vento varriam o convés e a tripulação.
O segundo dia de viagem trouxe um céu mais alentador e o mar muito mais calmo, e pudemos então abrir a genoa e retirar uma forra de rizo da vela maior. Levamos 45 horas para cobrir as 280 milhas, uma média razoável no final das contas.
O segundo dia de viagem trouxe um céu mais alentador e o mar muito mais calmo, e pudemos então abrir a genoa e retirar uma forra de rizo da vela maior. Levamos 45 horas para cobrir as 280 milhas, uma média razoável no final das contas.
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