De Maceió até a Praia de Carneiros são apenas 80 milhas e aproveitando um vento bom e favorável acamos fazendo este trecho em 10 horas, uma média de 8 nós. Foi um trajeto muito tranquilo, com vento e mar a favor. Não entrou uma gota de água no barco, que vinha bem estável e rápido.
O mais difícil foi a entrada na Praia de Carneiros, onde tivemos que aguardar até a maré alta e a chegada de um prático para orientar-nos na entrada, já que seria quase impossível entrar naquele lugar sem a ajuda de pessoas do local. Éramos quatro veleiros que seguiam em fila indiana por entre recifes e bancos de areia, com ondas rebentando na passagem, num ziguezaguear paralelo à praia e às vezes com uma profundidade que mal dava para entrar; depois de uma hora e meia e bem no finalzinho da tarde acabamos chegando num luar paradisíaco como poucas vezes conheci, na entrada de um rio com coqueiros dos dois lados e poucas casas de pescadores. No outro dia fizemos uma caminhada de uns 10 km até o povoado mais próximo, Tamandaré. É uma cidadezinha que vive basicamente do turismo e tem alguns prédios remanescentes de outros tempos, como igrejas e um forte de 1690. Voltamos de táxi para o barco e no final da tarde ainda fizemos uma incursão de botinho pelo interior do rio Ariquindá, um extenso rio rodeado por manguezais e alguns raros pescadores nas margens de vez em quando.
Saímos de Carneiros dois dias depois no mesmo ritual de travessia, agora sem o prático. O Tuareg com o calado menor foi na frente fazendo a medição de profundidade e ajudados pelo GPS acabamos alcançando o mar e 40 milhas e poucas horas depois de uma bela velejada entramos no Cabanga Iate Clube. É deste clube que sai no próximo dia 25 a regata Recife/Fernando de Noronha. Enquanto isso vamos preparar o barco para a Refeno (www.refeno.com.br) pois ainda temos inúmeras tarefas para deixar tudo pronto para a largada.
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