Partimos de Salvador por volta das 3 da tarde, um dia cinzento e chuvoso. Logo na saída da Baía de Todos os Santos encontramos uma situação bastante caótica. Naquele trecho onde o Oceano Atlântico se afunila para entrar na baía o mar parecia em ebulição. Uma ondulação alta e curta, correntezas, um vento forte e muita chuva tornaram nossa saída uma confusão. Como tínhamos posto todas as velas para cima dentro da baía, tivemos que rapidamente reduzir panos para lograr um certo conforto. O barco estando completamente adernado, demos uma mão de rizo mas não adiantou nada, logo outra mão de rizo e recolhemos a genoa e só então o barco começou a navegar com um certo controle. As primeiras 15 horas foram bastante desconfortáveis, com os famosos pirajás caindo sobre nossas cabeças, além de um mar que balançava demais. As ondas estouravam no casco e com o vento varriam o convés e a tripulação.
O segundo dia de viagem trouxe um céu mais alentador e o mar muito mais calmo, e pudemos então abrir a genoa e retirar uma forra de rizo da vela maior. Levamos 45 horas para cobrir as 280 milhas, uma média razoável no final das contas.
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