domingo, 1 de agosto de 2010


Na reunião de comandantes desta manhã foi resolvido que partiremos para Abrolhos na manhã desta segunda-feira. Ficaremos por lá uns dois ou três dias. As recomendações foram aquelas da última vez: mesmo com velas ir com o motor ligado para espantar as baleias jubarte. Há muitos desses animais nesta região, cerca de 3.000 (número estimado) que vem para procriar e amamentar seus filhotes, exatamente como a baleia-franca no sul do Brasil. Durante a reunião houve o relato de um barco que chocou-se ontem com uma. Assim que todo cuidado é pouco. Na vinda para cá vimos algumas baleias, mas o número cresce muito daqui até Abrolhos.
De lá vamos para Santo André, um pequeno povoado de menos de 1.000 habitantes que fica ao lado de Cabrália (e cerca de 50km de Porto Seguro, que se alcança depois de duas balsas e algumas caminhadas).
Santo André tem uma entrada muito complicada, só possível com a ajuda da praticagem do Carlindo, um pescador que auxilia aqueles que aterram na região. Ancora-se em um rio com forte correnteza, sendo necessário utilizar âncora de proa e outra na popa por causa da correnteza que se alterna a cada 6 horas. Devido ao grande número de barcos e pelo exíguo espaço todos deverão estar atracados lado a lado (amadrinhamento), cuidando para os mastros não se chocarem quando do balanço do rio. É uma ancoragem difícil, mas que vale muito a pena pelo local paradisíaco e bucólico daquele lugar. O Ronaldo (Veleiro Feitiço) desenvolve alguns trabalhos comunitários por lá com a população mais carente, inclusive já ajudou a construir um pequeno veleiro para a gurizada. Com certeza esta parada é um dos pontos altos da costa brasileira.
A paella que tivemos aqui em Vitória aplacou a fome que grassava entre os tripulantes (na foto uma amostra da paella preparada por um chef espanhol aqui da cidade) e agora discute-se como montar um forno a lenha dentro do barco, já que gostaríamos de fazer umas pizzas para os demais velejadores. Como estocar a lenha é um dos maiores problemas.