Esta é uma das mais tradicionais festas religiosas do Brasil. São vários dias em que se comemora esta data em Maragogipe, em homenagem a São Bartolomeu, padroeiro da cidade e que inclui uma já célebre regata em um sábado no final de agosto. Qualquer coisa que flutue e que tenha um pano como vela pode participar. Este ano são esperadas cerca de 400 embarcações e a regata sai sai de Aratu, que está ao fundo da Baía de Todos os Santos, sobe o rio Paraguaçu e termina em Maragogipe, cidadezinha a cerca de 50 km de Salvador.
O início da regata foi impressionante, com um monte de barcos na linha de partida espremidos e dando voltas esperando o tiro de largada. O vento aos poucos foi aumentando e pudemos concluir o percurso em cerca de 5 horas com uma boa participação. Lindo passeio e uma festa de veleiros com seus balões coloridos. Os tradicionais saveiros baianos são um capítulo à parte. Embarcações antigas que faziam todo o transporte de mercadorias e pessoas da antiga Bahia, hoje já estão em desuso e apenas algumas ainda sobrevivem aos novos tempos. Construídas com um projeto todo particular por verdadeiros artesões, são feitas com grossas madeiras seguindo cálculos e proporções que apenas alguns tinham conhecimento. O resultado é de uma beleza única neste tipo de embarcação. Hoje já não são mais construídas, trocadas que foram por barcos mais ágeis e econômicos. Uma pena que que estes elegantes saveiros hoje limitam-se a poucas unidades e que lutam de maneira heróica para sobreviver. A ONG Viva Saveiro, através de empresários e apaixonados por estas embarcações, dedica-se a preservar este patrimônio cultural da Bahia. Em seus tempos áureos, quando quase todo o comércio era feito por eles, o número de saveiros chegava a quase duas mil unidades em Salvador. Hoje não devem chegar a vinte, apesar do esforço para que estes barcos permaneçam navegando. E a participação deles é sempre uma festa e uma alegria para quem observa toda a elegância de suas linhas e de suas velas retangulares.
A chegada foi emocionante. Nunca tinha imaginado a festa que é esta regata, centenas de barcos ancorados próximos uns dos outros e várias escunas e lanchas com um som a todo volume. A descida em terra, então, é indescritível. A população estava toda ao longo cais que avança rio adentro, dançando , bebendo e cantando, as músicas no máximo volume, o que de certa forma nos surpreendia pela bagunça daqueles momentos festivos. O pessoal bebe até não poder mais e acabamos voltando para o barco mais cedo, pois estávamos exaustos pela regata e por aquela confusão reinante. No domingo dormimos até mais tarde a depois fomos dar uma volta pela cidade.
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