Maragogipe é outra daquelas cidades do interior da Bahia onde é possível perceber que já tiveram seus momentos de prosperidade pelas belas construções e rebuscados prédios de outros tempos. Há muitos anos ela foi uma das maiores produtores de café do país, antes que a produção fosse deslocada para o sudeste do país pelos imigrantes que então chegavam àquela região no início do século passado. A tradição católica manteve-se forte e ainda hoje a população é fortemente influenciada pela Igreja. A Igreja Matriz foi construída no século XVIII pelos escravos e conta a história que logo na inauguração eles não puderam participar da missa, passando então a lavar as escadarias da igreja cantando em seu idioma natal uma série de protestos contra aqueles seus senhores. A tradição manteve-se até hoje e todos os anos repetem aqueles gestos de seus antepassados. Assim como na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador.
Saímos de Maragogipe apenas com a força da correnteza do rio Paraguassu. Durante as primeiras três horas andávamos a cerca de um nó, que era a velocidade da vazante do rio . Não havia um único sinal de vento e nenhuma pressa de nossa parte. Lentamente fomos descendo juntamente com alguns saveiros ao nosso lado, que também retornavam a Salvador. Pouco a pouco o vento foi aumentando até conseguirmos fazer o barco deslizar velozmente em direção a capital baiana, quando chegamos no final da tarde com o sol iluminando as belas e históricas casas da parte alta da cidade.
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